A Caatinga me é professora, mãe e amiga personificada nas Marias que o Caminho me dá.
Maria Botão é minha Maria Maior, a que me abre os portões desde o começo, a quem agradeço por estar aqui e ser quem sou. Tenho por ela um Amor que não explico. Que guardo vivo no Coração e que sinto pulsar mais alto toda vez que nos despedimos.
Marizete é a melhor amiga dela – e uma grande amiga minha também. Ela me revela a Beleza de cumprir os trabalhos com capricho. De corpo fechado, caboco e aciganado, Marizete me protege e me cuida quando estamos juntas na Roça ou nas distâncias dos destinos desencontrados.
Maria Lúcia só é chamada de Dulce. Eu a venho chamando de "Dul", mesmo apelido da amiga mais íntima de minha mãe, talvez para me sentir mais perto delas. Pastora de cabras, de plantas e de Esmeralda, Dul me faz companhia no dia-a-dia. É com quem converso na cozinha, de quem ganho cheiros carinhosos, a dona do par de mãos que observo trabalhar firme na lida dos dias.
Esmeralda não é Maria. É a miúda preciosa que anima e ocupa os corpos antigos da Roça.
Sasha não é Maria também.
É a pincher aprincesada encontrada nestes sertões.
É quem me dá carinhos pelo Toque de patas e línguas.
Mulheres...
De memórias e vidas tão diversas das minhas...
Entre vocês, me sinto segura e bem acompanhada.
Lia Rezende Domingues
Canudos, 26 de julho de 2021
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