"No terreiro, o sagrado e o profano misturaram-se entre as cervejas, os cigarros, as defumações, os pontos, os divinos tomando corpos da terra para entregarem aos filhos dela o seu axé. [...] O Jarê é uma mistura de Umbanda e Candomblé que entendo ser típica da Chapada Diamantina."
Em tempos tão necropolíticos e trágicos, fui ao Jarê e vi corpos originários animarem-se pelos orixás.
No terreiro, o sagrado e o profano misturaram-se entre as cervejas, os cigarros, as defumações, os pontos, os divinos tomando corpos da terra para entregarem aos filhos dela o seu axé.
Entendi ali que essa era a maior resistência que eu podia ver. Corpos animados e juntos, em desfrute e oração.
O Jarê é uma mistura de Umbanda e Candomblé que entendo ser típica da Chapada Diamantina.
A ida ao Ilê de Mamãe Lilian me lembrou do dia em que abri os jornais e vi uma combinação das mais tristes de manchetes sobre nossos brasis. Olhei as manchetes desse mesmo jornal para outros países e não as achei tão tristes assim. Pensei que nós fomos colônia; eles, colonizadores. Indaguei-me se a diferenças de notícias se daria por conta disso.
Mãe Lilian aniversariou nesta semana e deixo aqui meus desejos de longa vida a essa mulher e às entidades que a acompanham.
Lia Rezende Domingues
Chapada Diamantina/BA
16 de junho de 2021
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